Crítica - Dora e a Cidade Perdida (2019)
James Bobin começou sua carreira na comédia com ótimos trabalhos ao lado de Sacha Baron Cohen, porém nos últimos anos escolheu (ou foi escolhido para) se manter nos filmes infantis e com exceção de Alice Através do Espelho (2016) sempre encontrou relativo sucesso critico, com Dora e a Cidade Perdida ele mostra que a tendência é continuar com trabalhos aclamados.
Se no começo do ano me pedissem para apostar em qual filme do saturado mercado de adaptações de animações para live action seria genuinamente bom e divertido, "Dora e a Cidade Perdida" seria provavelmente minha última escolha. Também não estaria nas minhas primeiras opções se me perguntassem "Qual filme você acha que terá referências visuais à “A Bruxa de Blair (1999)?"”
A atuação afetadíssima de Isabela Moner, responsável por dar vida a protagonista, pode causar estranheza nos primeiros 10 minutos, mas depois que você entende que tipo de filme está assistindo se transforma no motor da história. O problema decorrente disso é que nenhum outro dos atores adolescentes consegue acompanhar o ritmo, com Jeffrey Wahlberg (Diego) sendo o elo mais fraco do elenco, mantendo uma longa tradição de atuações ruins da família Wahlberg.
Como todo filme do gênero é de se esperar a tradicional divisão de humor pra criança e pra adulto, o que não era de se esperar é que o humor "adulto" ia funcionar perfeitamente. Michael Peña nunca esteve tão engraçado em sua carreira e apesar de ter pouquíssimo tempo de cena, deixa sua marca. Já o setor infantil da comédia me parece ser bem mais falho e repetitivo, apesar de crianças adorarem ver gente batendo a cabeça e caindo, elas também merecem um pouco mais de variação.
O filme te leva por estradas já percorridas, e mesmo não seguindo o que primeiramente parece ser uma história batida de peixe fora d'água, não vai te apresentar nada de novo ou original. A todo momento ele te lembra do material de origem, mesmo que sempre com consciência do absurdo e ridículo de viver dentro do universo de uma animação infantil. O que me desarmou completamente aqui é o risco que algumas piadas tomam e a quantidade de humor metalinguístico presente, como as pessoas ao redor de Dora estranhando quando ela fala com o telespectador ou quando a mesma faz a tradicional brincadeira do desenho "você consegue dizer..." mas aqui sempre escolhendo palavras complicadas.
O filme te leva por estradas já percorridas, e mesmo não seguindo o que primeiramente parece ser uma história batida de peixe fora d'água, não vai te apresentar nada de novo ou original. A todo momento ele te lembra do material de origem, mesmo que sempre com consciência do absurdo e ridículo de viver dentro do universo de uma animação infantil. O que me desarmou completamente aqui é o risco que algumas piadas tomam e a quantidade de humor metalinguístico presente, como as pessoas ao redor de Dora estranhando quando ela fala com o telespectador ou quando a mesma faz a tradicional brincadeira do desenho "você consegue dizer..." mas aqui sempre escolhendo palavras complicadas.
É necessário citar que o CGI é desastrosamente ruim, e mesmo que talvez até de forma proposital nos animais originários do desenho (Botas e Raposo), no restante do filme que não conta com grandes nomes no elenco e um orçamento de US$ 49 milhões esse fato é imperdoável e uma pena, pois toda a parte prática de cenário e cenas de ação funcionam muito bem.
Mesmo com um ar de filme amador ou feito direto pra televisão em todas as cenas fora da selva e falta de originalidade, Dora te entrega tudo aquilo que Lara Croft tentou três vezes e não conseguiu, uma aventura divertidíssima na floresta com artefatos religiosos, vilões cartunescos e uma quantidade saudável de homenagens (até musicais) a Indiana Jones.
Nota: 7/10
0 Comentários