Crítica - Iliza Shlesinger: Unveiled (2019)
Chegando ao seu quinto especial gravado, Iliza Shlesinger já é quase uma veterana da comédia e apesar de aqui apresentar os mesmos maneirismos de sempre, como fazer barulhos de animais e vozes ridículas a cada minuto, Iliza consegue segurar o ritmo e entregar uma hora de stand-up mais concisa e engraçada, com uma maturidade até então nunca vista em suas apresentações. Um bom exemplo dessa nova maturidade como comediante é nas tradicionais imitações de cabra que acontecem em algum momento dos especiais, que em Unveiled é seguida do comentário “Como ela consegue encaixar esse som em todo especial?”, apresentando uma consciência de seu material e apresentação que transforma uma piada já contada várias vezes e a faz funcionar pela primeira.
O relógio bate na tradicional uma hora e quinze mas pela primeira vez não te deixa com a sensação que dava para cortar uns trinta minutos de texto (ou gritos animalescos). Unveiled te entretém por quase sua totalidade, há bastante oportunidade para risadas e mesmo nos momentos menos engraçados os rumos das histórias contatadas prendem o interesse de quem assiste. Se nos quatro especiais anteriores a vida de solteira como pano de fundo acabava se dispersando entre encontros ruins e reality shows, retirando fluidez do show (transições sempre foram o ponto fraco de sua comédia), aqui o foco no dia da festa de casamento foi um acerto inesperado.
Boa parte de Unveiled é construída no esqueleto de fazer comentários aparentemente inofensivos no começo para depois retornar com os mesmos em forma de piada, nem sempre te surpreende, mas é engraçado em geral. A tentativa de ser uma mulher comum quase sempre é cirúrgica e traz uma sensação de intimidade que eleva o material, mas algumas vezes falha e faz surgir uma sensação de falsidade que é difícil de engolir.
Com um humor bem-intencionado, mensagens interessantes e controle de público invejável, Iliza acerta na escolha de Nashville como local de gravação desse que até então é seu melhor especial.
O relógio bate na tradicional uma hora e quinze mas pela primeira vez não te deixa com a sensação que dava para cortar uns trinta minutos de texto (ou gritos animalescos). Unveiled te entretém por quase sua totalidade, há bastante oportunidade para risadas e mesmo nos momentos menos engraçados os rumos das histórias contatadas prendem o interesse de quem assiste. Se nos quatro especiais anteriores a vida de solteira como pano de fundo acabava se dispersando entre encontros ruins e reality shows, retirando fluidez do show (transições sempre foram o ponto fraco de sua comédia), aqui o foco no dia da festa de casamento foi um acerto inesperado.
Boa parte de Unveiled é construída no esqueleto de fazer comentários aparentemente inofensivos no começo para depois retornar com os mesmos em forma de piada, nem sempre te surpreende, mas é engraçado em geral. A tentativa de ser uma mulher comum quase sempre é cirúrgica e traz uma sensação de intimidade que eleva o material, mas algumas vezes falha e faz surgir uma sensação de falsidade que é difícil de engolir.
Com um humor bem-intencionado, mensagens interessantes e controle de público invejável, Iliza acerta na escolha de Nashville como local de gravação desse que até então é seu melhor especial.
Nota 6,5/10
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