Crítica - Nikki Glaser: Bangin' (2019)
Por mais que atualmente as séries originais Netflix te façam levantar as sobrancelhas em dúvida e os filmes originais te deem quase a imediata certeza de um conteúdo mediano ou ruim, em duas áreas o serviço de streaming vem entregando conteúdo de qualidade em maior quantidade: documentários e especiais de comédia. Até algum tempo atrás, se comediantes quisessem sua hora imortalizada eles dependiam de um DVD, da HBO ou do Comedy Central, numa distribuição de conteúdo bem menor.
E foi no Comedy Central que eu comecei a me interessar por Nikki Glaser, com sua presença nos anuais "Roasts" que o canal produz, em participações em séries espalhadas por lá como Inside Amy Schumer (2013 - Atualmente) ou em seu próprio programa Not Safe With Nikki Glaser (2016).
Seu primeiro stand-up gravado Perfect (2016) é um pouco repetitivo mas funciona, onde Nikki se impõe como uma comediante extremamente grosseira, sexual e intimista. Claramente mais voltada ao público feminino porém sempre engraçada, estava ansioso por sua primeira parceria com a Netflix, e nada poderia me preparar pro desastre que é seu novo especial Bangin' (2019).
Eu tento me despir de qualquer antecipação antes de assistir um projeto novo, mas já com a primeira piada Nikki elevou minhas expectativas ao teto, porém esticando essa mesma piada pelos primeiros QUATORZE minutos do show, devolveu as expectativas ao chão. Com uma falta de ritmo digno de comediante amador em microfone aberto, nem o próprio público no teatro estava completamente confortável com a apresentação, como pode ser notado nos vários momentos em que Glaser pausa esperando risadas que não vieram.
O texto claramente não é direcionado a mim, mas a quem é? A narrativa é tão pessoal e íntima que não vai atingir quase ninguém. Como um filme que tenta por sua mensagem na frente da história, Nikki tenta expor suas frustrações na frente do humor e acaba se perdendo no meio termo, quando diz que homens passam de geração em geração uma cultura sexual perigosa, é uma observação interessante e necessária, mas tentando maneirar e disfarçar a mensagem na piada acaba falhando nas duas pontas. Apesar de algumas ideias interessantes sobre sexo na era da tecnologia, Bangin' não te entrega nada, nem reflexões pertinentes a atualidade, nem o riso descompromissado.
Algumas comparações entre pornografia e Disney e a total falta de pudor de Nikki Glaser impedem o especial de ser um total desperdício do seu tempo, mas os vinte minutos de material esticados em uma hora de "comédia", a repetição incessante de piadas que não foram engraçadas quando contadas pela primeira vez e o claro nervosismo de estar em uma plataforma maior do que de costume transformam Bangin' em algo mais parecido com um palestrante iniciante dando uma Tedtalk do que com um show de humor, pelo menos do que eu assisti é o pior trabalho da carreira de Nikki Glaser e um especial que você deveria definitivamente deixar pra lá.
Nota 2/10
E foi no Comedy Central que eu comecei a me interessar por Nikki Glaser, com sua presença nos anuais "Roasts" que o canal produz, em participações em séries espalhadas por lá como Inside Amy Schumer (2013 - Atualmente) ou em seu próprio programa Not Safe With Nikki Glaser (2016).
Seu primeiro stand-up gravado Perfect (2016) é um pouco repetitivo mas funciona, onde Nikki se impõe como uma comediante extremamente grosseira, sexual e intimista. Claramente mais voltada ao público feminino porém sempre engraçada, estava ansioso por sua primeira parceria com a Netflix, e nada poderia me preparar pro desastre que é seu novo especial Bangin' (2019).
Eu tento me despir de qualquer antecipação antes de assistir um projeto novo, mas já com a primeira piada Nikki elevou minhas expectativas ao teto, porém esticando essa mesma piada pelos primeiros QUATORZE minutos do show, devolveu as expectativas ao chão. Com uma falta de ritmo digno de comediante amador em microfone aberto, nem o próprio público no teatro estava completamente confortável com a apresentação, como pode ser notado nos vários momentos em que Glaser pausa esperando risadas que não vieram.
O texto claramente não é direcionado a mim, mas a quem é? A narrativa é tão pessoal e íntima que não vai atingir quase ninguém. Como um filme que tenta por sua mensagem na frente da história, Nikki tenta expor suas frustrações na frente do humor e acaba se perdendo no meio termo, quando diz que homens passam de geração em geração uma cultura sexual perigosa, é uma observação interessante e necessária, mas tentando maneirar e disfarçar a mensagem na piada acaba falhando nas duas pontas. Apesar de algumas ideias interessantes sobre sexo na era da tecnologia, Bangin' não te entrega nada, nem reflexões pertinentes a atualidade, nem o riso descompromissado.
Algumas comparações entre pornografia e Disney e a total falta de pudor de Nikki Glaser impedem o especial de ser um total desperdício do seu tempo, mas os vinte minutos de material esticados em uma hora de "comédia", a repetição incessante de piadas que não foram engraçadas quando contadas pela primeira vez e o claro nervosismo de estar em uma plataforma maior do que de costume transformam Bangin' em algo mais parecido com um palestrante iniciante dando uma Tedtalk do que com um show de humor, pelo menos do que eu assisti é o pior trabalho da carreira de Nikki Glaser e um especial que você deveria definitivamente deixar pra lá.
Nota 2/10
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