Apresento-lhes o Crítica de Bolso, o novo formato de críticas aqui do blog! O objetivo é abranger mais filmes em um formato mais rápido e que otimiza bastante tempo, uma nova opção de textos para fazer companhia as críticas completas e individuais, que continuarão. Sendo publicações temáticas ou não, os textos reduzidos sobre três filmes trarão ideias diretas, tentando comentar o que passou em branco nos últimos meses por aqui nos cinemas ou serviços de streaming e eventualmente comentar sobre alguns diretores ou movimentos cinematográficos em particular.



Sonic: O Filme (Dir. Jeff Fowler)

Jeff Fowler assumiu uma roupagem completamente infantil para seu filme que em nenhum momento foca em entreter seu público adulto, o que tematicamente faz sentido para o filme baseado em um vídeo game sobre um ouriço azul alienígena que corre rápido e gera eletricidade, mas é uma escolha surpreendente ao levar em conta a faixa etária que tem algum tipo de conexão ao personagem, crianças atualmente sabem quem é Sonic? Houveram filmes nos últimos anos que souberam trabalhar temas adultos de maneira leve para crianças conseguirem absorver, como Shazam (2019) e Sing Street: Música e Sonho (2016) e alguns que até mesmo conseguiram criar um humor espetacular em censura livre como os dois filmes do ursinho Paddington, mas Sonic: O Filme não tenta a primeira abordagem e falha na segunda.

Durante todo o primeiro ato o filme rouba cenas de alguns filmes recentes mas não em um tom de piada ou referência, apenas pega a cena e a costura em sua narrativa. Genérico tanto em escrita quanto em visual Fowler não oferece nada novo ao espectador, ninguém vai assistir Sonic esperando revisionismo mas o "feijão com arroz" também entrega pouco de interessante. O filme parcialmente se salva no belo relacionamento entre Sonic (Ben Schwartz) e Tom (James Marsden) e na performance de Jim Carrey como Robotinik, uma versão higienizada do humor físico que o fez dono de Hollywood nos anos noventa.

Nota 4/10




Bloodshot (Dir. Dave Wilson)


O cinema pipoca atual geralmente trabalha com heróis sem personalidade distinta, uma folha em branco para o espectador se projetar em seus problemas comuns, e com vilões ecoterroristas de "boa intenção" passando assim uma ilusão de profundidade em genocidas genéricos. Em Bloodshot o diretor Dave Wilson escolheu inovar e nem fingir desenvolver os dois, apenas os joga de cena de ação em cena de ação com algumas pausas para a história. História que se não original era intrigante o suficiente para segurar o filme quase sozinha, elementos trágicos e até surpreendentes em determinados momentos, uma pena que a cada 20 minutos era interrompida por uma cena de ação sem vida nenhuma.

O primeiro ato do filme é genuinamente bom, catapultando o espectador diretamente ao caos vívido pelo protagonista com um edição precisa (que se mantém assim até o final) e é visualmente interessante, se apoiando mais em cenários práticos do que em tela verde. Todas as boas escolhas citadas são abandonadas logo após a primeira grande revelação e o filme parte para uma narrativa cíclica cansativa e CGI que em alguns momentos é grotescamente ruim e em outros é razoavelmente bem feito mas usado em exagero. Ninguém no elenco está bem e é aparente certa preguiça por parte dos atores, mas caso houvesse uma enorme entrega por parte deles os diálogos escritos não permitiriam boa atuação de qualquer jeito. Bloodshot é um filme que com um pouco menos de diálogos expositivos e um pouco mais de cuidado com as cenas de ação seria um filme passável, talvez até bom.

Nota 4/10





Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Dir. Cathy Yan)


Cathy Yan entregou para o público um produto de qualidade superior ao que inicialmente se esperava do Spin-off de Esquadrão Suicida (2016) mas ainda não o suficiente para o que a excelente Arlequina de Margot Robbie merece. O maior defeito do filme vem na incerteza da roteirista Christina Hodson em se quer fazer um filme vulgar e violento ou uma história fofinha sobre trabalho em equipe, o que não é intrinsecamente algo ruim mas o conflito de tons é mal trabalhado. Diversas cenas mal escritas poderiam ser relevadas pelo pensamento de ser um cena importante para garotas se sentirem empoderadas mas ao se pensar que crianças não podem ver o filme, elas voltam a ser apenas cenas ruins.

O melhor de Aves de Rapina está nas cenas de ação com ótimas coreografias e trabalho de dublês em geral é filmada em plano aberto e com um excelente uso de câmera lenta, único defeito mais aparente seria parte da geografia de cena que é mal executada, em alguns momentos nossa heroína está cercada de vilões e quando corta para outro ângulo não tem ninguém mais lá. Ao acender das luzes, as excelentes atuações (para o tom afetado do filme) de Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead e Ewan McGregor juntos a estranheza do filme (mesmo sendo um estranho de estúdio) são o suficiente para quase aliviar os defeitos do filme, resultando em projeto final divertido o suficiente com algumas grandes cenas.

Nota  5,5/10

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